Sobre

A exposição Habitar Portugal constitui uma iniciativa da Ordem dos Arquitectos, iniciada em 2003, a qual tem sido assumida pelas diferentes direcções. A sua abrangência, tanto geográfica, como do ponto de vista dos autores e obras representadas, constitui um importante referencial da qualidade da arquitectura produzida em Portugal.

Trata-se de uma iniciativa aberta a todos os arquitectos, através de um processo de candidatura, o que faz desta mostra uma iniciativa singular, que garante uma participação alargada por parte dos arquitectos, bem como faz da mesma um momento privilegiado para a revelação de alguns autores e obras.

Trata-se também de uma iniciativa impar, no modo como permite uma maior relação com os cidadãos, tendo em conta o seu carácter itinerante, possibilitando assim que a arquitectura seja conhecida e vivida por todos.

João Santa-Rita
Presidente da Ordem dos Arquitectos,
2014-2016


Habitar Portugal


Em 2003, por ocasião do Ano Nacional da Arquitectura, o Conselho Directivo Nacional da Ordem dos Arquitectos (OA) deu início a um processo de Selecção de Obras de Arquitectura Portuguesa Contemporânea, a realizar de três em três anos com o objectivo de dar a conhecer o resultado do trabalho dos membros da Ordem no triénio antecedente, sob o nome de Habitar Portugal. Esta selecção vinha colmatar uma lacuna na identificação e selecção de obras de referência para estabelecer um panorama da arquitectura contemporânea portuguesa, e constituía-se, desde o seu início, como uma selecção de obras construídas, distribuídas por zonas - originalmente Ilhas, Norte, Centro, Sul, Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto, e obras construídas fora de Portugal. O modelo definido possibilitava uma abordagem em diversas vertentes: dispersão territorial, diversidade de programas, diferentes linguagens e multiplicidade de autores.

A primeira edição Habitar Portugal teve lugar em 2003, tendo reunido um conjunto de 6 comissários regionais que, sob comissariado geral de João Belo Rodeia e coordenação de João Afonso, seleccionaram 76 obras, apresentadas num catálogo e na exposição Habitar Portugal 2000-02, em Lisboa (Torreão Nascente da Cordoaria Nacional) e no Porto (Casa das Artes). A exposição inaugural encerrou o Ano Nacional da Arquitectura, a segunda apresentação integrou as comemorações do Dia Mundial da Arquitectura 2004, 'Arquitectura em Festa', na Casa das Artes do Porto.

Mantendo o objectivo de aproximar a arquitectura dos cidadãos, a selecção Habitar Portugal 2003-05, com comissariado de José António Bandeirinha, resultou numa exposição nacional, com itinerância por vários locais do país, um catálogo com informação essencial sobre cada uma das obras e uma mostra internacional, especialmente concebida para a Bienal de Arquitectura de Veneza 2006, integrada na representação portuguesa, na sequência do convite do Instituto das Artes à Ordem dos Arquitectos. Esta edição, uma selecção de 77 obras, contou com o patrocínio exclusivo da Mapei.

Seguiu-se a edição Habitar Portugal 2006-2008, com o patrocínio exclusivo da Mapei e apoio da Câmara Municipal de Cascais, uma selecção de 80 obras, comissariada por Pedro Gadanho, e que resultou num catálogo e numa exposição nacional que inaugurou em Cascais e que itinerou por todo o país, também com passagem por Londres e Macau.

A selecção Habitar Portugal 2009-2011, foi comissariada por Susana Ventura e viu o número de comissários reduzido a três. Do seu trabalho resultou uma selecção de cerca de 80 obras. A apresentação da selecção foi feita pelas comissárias numa conferência que teve lugar na sede da Ordem dos Arquitectos e ficou disponível exclusivamente através do sítio www.habitarportugal.org. Esta edição é a primeira edição em que o comissariado não é designado directamente pela OA mas sim resultado de um concurso aberto a todos os arquitectos. A equipa vencedora, apresenta uma proposta que constitui por si só uma mudança de paradigma, que se traduz numa distribuição das obras não geograficamente, como até então, mas por itinerários.